quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Aviso

Queridas, sei que vocês estão estressadíssimas com meu sumiço e minha falta de postes. Precisei de muita coragem para escrever esse post, mas vim assim mesmo. Estou fazendo esse post para dizer que não escreverei mais "Em Perigo". Calma, antes que comecem o julgamentos, xingamentos e todo resto, peço que leiam o post até o final. Muitas coisas aconteceram na minha vida do fim de 2012 para cá, de desastres até maravilhosos acontecimentos. Não posso entrar em detalhes mas uso uma frase que li um dia desses: "Tem vezes que você precisa se render a algo maior que si mesmo." ME PERDOEM, sei como é chato quando a gente gosta muito de uma coisa e ela simplesmente some. Não posso pedir para não me odiarem, pois sei que mereço todos os futuros xingamentos que receberei. Mas quero AGRADECER DE CORAÇÃO a cada uma de vocês. Estou escrevendo tão emocionada que você não fazem ideia. Cada palavra de cada comentário vai ficar gravada no meu coração para sempre. Vocês que me acompanham desde o começo, um ENORME OBRIGADA. Cresci muito com vocês e nada vai mudar o carinho que sinto por cada uma. Sei que não estou dando explicações concretas, mas apesar de tudo sou uma pessoa autônoma e tenho direito que não dar explicações. Para as que ainda irão querer falar comigo depois, será um enorme prazer. Para as que me odiarão: eu agradeço de coração por estarem comigo, foi um prazer conviver com cada uma. Desejo que coisas maravilhosas aconteçam com vocês e que o amor de Deus alcance cada uma. Se um dia eu voltar a escrever "Em Perigo" prometo que aviso. Vou deixar a fanfic no site por alguns dias para quem quiser reler ou dar uma última olhada. Apesar de estar me afastando, a escrita sempre estará no meu coração. Obrigada a cada uma de vocês, de coração.
Bia Noronha.

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Doce amor

Senhor, nada posso dizer em minha defesa. A única coisa que ainda tenho é o sangue de Cristo. É o doce sangue que foi derramo por meus tão podres pecados. E diante de ti derramo meu coração. Diante de ti derramo minhas fraquezas. Diante de ti derramo minha tão frágil vida. Só tu és Deus. Só tu és santo. Teus decretos são eternos e justos. Me lava, me limpa, transforma do começo ao fim. Sou pó, sou nada sem ti. Sem ti meu coração é sujo, minha vida inútil e meus olhos cegos. Sem teu poder, sem tua glória nada tenho. Tu és o Deus da minha salvação e sempre em Ti confiarei. Me alegrarei nos teus caminhos, me alegrarei ao lembrar que tu és o melhor. Que tu tens o melhor. És bom e justo. Tua fidelidade é eterna. Teu amor é doce e nos envolve, nos constrange. Sem palavras diante de ti, sem palavras.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Fogo

Diante do céu negro, eu era cinza. Não um cinza que desce e escorre tudo em frente, destruindo. Um cinza submisso, que sabe o que quer, que apavora-se em frente à correntes. Cinza claro. Diante do céu branco, éramos negros. Para contrariar tudo e todos, para causar alvoroço. Ninguém queria que chegássemos, e por isso vínhamos ainda mais cedo, para forçar presença, para fazê-los abrir a boca e falar contra nós. Era divertido somente. Não causava nada mais que uma leve incomodação, pois éramos de gelo. Um gelo tão duro que acabávamos sendo pedra até para o outro, impedindo que algo real se formasse. Puxei o nó que amarrava a ponta do coração e pensei que ele escorreria dentro de mim. Mas quem disse que o gelo derretera? Era imbatível.
Tomei um ar com a certeza de que nada mais me faria mal, afinal, quanto ainda se pode afundar quando chega o fim? É quase nada, o peito suporta.
As quatro estações e o doce cintilar das águas experimentaram minha fúria e caíram em risada. "Não assusta nem um grilo", disseram entre dentes, mas ainda pude ouvir. Eu era uma daquelas mentes que mostrava tudo ao contrário. Quem me visse - apesar da fajuta capa de autoconservação que me fazia previsível - me veria como inofensivo. Um animal entre tantos que nada podia fazer. Mas eu não era um animal, eu era muito mais que isso. Meu mecanismo de defesa era avançadíssimo - resultado de todos os traumas do passado - e mostrava aos outros que era previsível, para então desmascarar qualquer hipótese sobre mim. Isso fazia com que todos que tentassem me enfiar em um pote como quem guarda uma borboleta perdida, fossem constrangidos. A natureza assumiu que estava errada e percebeu que eu era forte, mas apesar do óbvio elogio, não sorri. As vezes me parecia infinitamente melhor ser fraco. Deitar a cabeça no colo de alguém e chorar até secar, passar temporadas de tristeza por que alguém se foi, ser normal. Infinitamente melhor do que ser seco. Do que não ter o que doar. Do que ter mãos frios e coração congelado. A natureza me olhou uma última vez, com a breve dúvida se me deixaria ir ou não, mas mal soube que jamais esperaria o veredito. Eu não esperava por sentenças, eu realizava as minhas próprias - algo comum para quem acostumou-se com a solidão. Movi as pernas silenciosamente e todos me olharam, esperando para ver se desabaria ou não. Foram frustrados. Apesar de ser o desabar em pessoa, não cai. Fazia tanto tempo que não caia que até tinha uma falta desordenada de ser como todos os outros. Andei até o fim do corredor, sem muita certeza de que realmente queria ir, mas estranhamente me sentia expulsa de todos os lugares que frequentava, então como poderia eu continuar tão indesejada?
Saí de lá e voltei para meu lugar de origem com a certeza de que era o único dos ambientes no qual ainda era bem-vinda e até mesmo esperada.

Ah sim, eu ainda possuía  a esperança de alguém fogo me encontraria.

E então, nada mais me impediria.
Algum dia, eu também seria fogo.